Crédito imobiliário aprovado em até 20 dias

O Banco Matone, instituição financeira cujo foco está na região Sul do país, apresentou nesta sexta-feira em Porto Alegre a Plano A, empresa destinada ao empréstimo imobiliário.

Apesar de o Banco Matone ter no Sul seu principal mercado, a Plano A já tem nove lojas abertas em São Paulo (quatro unidades), Rio (três lojas) e Porto Alegre (duas), abertas a partir do início deste ano, com previsão de chegar a 20 em dezembro.

“Não poderíamos deixar de estar em São Paulo, onde estão construídos mais de 50% dos empreendimentos”, disse Mauro Costa, superintendente comercial do Banco Matone.

A empresa vai atender tanto a pessoa física quanto a jurídica, na proporção de 40% e 60%, respectivamente.

O banco promete análise e liberação de crédito em até 20 dias. Atualmente, o mercado imobiliário brasileiro trabalha com prazo de análise e liberação do financiamento que variam entre 90 e 120 dias.

Em carteira, estão disponíveis R$ 700 milhões em recursos próprios, mas a empresa começa a captar recursos no mercado a partir de abril, com a emissão de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) no mercado através da Matone Securitizadora, empresa do grupo que atua no mercado de capitais. A perspectiva é atingir R$ 1,5 bilhão nos dois primeiros anos da operação.

A Plano A vai trabalhar com possibilidade de financiamento de até 30 anos, com a variação da TR (taxa Referencial) ou do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), mais juros de a partir 11% ao ano. Há a possibilidade de financiar até 80% do valor do imóvel –ou até 100% no caso de dar como garantia 25% do valor de outro imóvel já adquirido. A Plano A também vai operar no modelo hipotecário, lastreado no valor do imóvel, com financiamento de até 40%.

Crise nos EUA

O anúncio ocorre em plena crise de crédito imobiliário nos Estados Unidos, em que as instituições financeiras americanas são acusadas de irresponsabilidade na concessão de financiamento, em especial o da categoria de alto risco (“subprime”), a promessa é oferecer agilidade, mas com rigor.

“A experiência dos Estados Unidos nos mostrou que as práticas de concessão de crédito realizada aqui são as corretas. O mercado nacional sempre teve avaliação de risco criteriosa, com fontes e informações concretas do cliente. A crise dos Estados Unidos se deu com informações cadastrais muito frágeis”, disse Costa.

Segundo ele, nos EUA foram desenvolvidos produtos com garantia inferior com perspectiva de valorização, o que não ocorreu, conseqüência da desaceleração da economia norte-americana. “Os contratos eram atrelados a taxas de juros variáveis, imaginando-se que a economia teria um comportamento mais tranqüilo. Então, prestações que estavam baseadas em cadastros frágeis e em garantias inferiores subiram [de valor]”, explicou Costa.

Segundo ele, operação do Banco Matone não corre o risco de repetir os mesmos erros da concessão de crédito nos EUA porque o banco brasileiro opera no “prime”. “Estamos financiando no ‘prime’, a aquisição do primeiro imóvel, com 20% de renda própria e bem avaliado. Tudo isso produzido dentro de um cenário [econômico] previsível”, disse Costa.

Segundo o executivo, o objetivo do Matone em agilizar a concessão de crédito visa a atender uma das principais carências do cliente, que “não entende o que lhe é exigido, nem os trâmites da operação”.

Fonte: Folha Online

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